Com o pretexto de aliviar a carga tributária que pesa sobre as empresas, o governo federal acaba de apresentar propostas para reduzir o recolhimento das contribuições patronais e dos trabalhadores. Basicamente, a idéia era promover um corte no recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e da Previdência Social.
Em troca, acenava com a possibilidade de manutenção do nível de emprego com reduções nas jornadas de trabalho sem corte nos salários. Mas a iniciativa não convenceu os trabalhadores. A reação das centrais sindicais foi rápida e dura, rechaçando as pretensões do Planalto. O presidente Lula então recuou e prometeu não levar as propostas adiante.
Direito não se negocia
O secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, foi claro ao afirmar que nenhuma central sindical aceita negociar direitos trabalhistas. Ele lembrou que ataques aos direitos dos trabalhadores ocorrem com muita freqüência nos momentos de crise econômica quando as organizações de classe estão frágeis em razão do desemprego.
“É quando cai o índice de sindicalização e da participação dos trabalhadores nas atividades sindicais”, resume Juruna. Com a volta do crescimento econômico e das contratações, os empregados retomam a luta.
“Quando há um aprofundamento da recessão com demissões em massa, infelizmente aparecem estas propostas de regressão do trabalho”, completa o presidente do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo, Terezinho Martins da Rocha.
Da reunião entre o presidente Lula e as centrais sindicais saiu a proposta de criação de um grupo anticrise para monitorar os setores da economia que estão passando pro dificuldades.
Por isso, a Central e reafirma a necessidade de o governo liberar rapidamente recursos financeiros para as micros, pequenas e médias empresas que estão descapitalizadas. “Também é preciso baixar juros e reduzir o spread bancário”, acrescenta a presidente da Central-AP, Maria de Fátima Coelho.
FONTE: FORÇA SINDICAL
http://www.fsindical.org.br